quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Começou a corrida à energia solar

Expresso.pt
Cerca de 70 empresas entregaram mais de 200 propostas ao concurso para 150 megawatts de potência fotovoltaica, revelou hoje o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho.
Em causa está a instalação de painéis fotovoltaicos numa potência total de 150 megawatts, repartido por 75 lotes, de dois megawatts cada, junto dos principais núcleos urbanos de Lisboa, Porto, Aveiro, Setúbal e Algarve.
Carlos Zorrinho sublinhou que "haverá um antes e um depois deste concurso", que classificou como "um concurso inteligente". A potência solar será instalada em "centrais de proximidade", o que "evita 20% de custos de rede" e também "dinamizará a indústria nacional".

Económico
Uma urgência que levou o Governo a adoptar uma agilidade rara no lançamento de um concurso para o qual partiu na esperança de encaixar, no mínimo, 100 milhões de euros até ao final do ano. Aos interessados, deu apenas 14 dias úteis para desenharem as suas propostas, garantirem terrenos e oferecerem o seu preço. A correria foi tal que, por distracção ou facilitismo, nem exigiu uma caução, o que leva o mercado a duvidar de que o Estado garanta o encaixe dentro do tempo previsto.
A pressa, contudo, é inimiga da perfeição - e, neste caso, arrisca-se a ser inimiga da receita fácil. Das mais de 70 entidades que entraram na corrida das fotovoltaicas, a proposta de um consórcio francês lançou-se aos melhores lotes e acenou ao Governo com um cheque que pode elevar o encaixe total bem acima dos 100 milhões de euros. De fora ficaram as propostas de outras empresas portuguesas, como a EDP, a Fomentinvest ou a Soares da Costa, mas que ponderam agora pedir a impugnação do concurso devido às condições, digamos, aceleradas. Se essa intenção avançar, é mais uma receita adicional que pode tropeçar no caminho. E mais uma prova de que, depressa e bem, não há quem - nem mesmo quando o défice público pede.

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