Um grupo de investigadores do Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional (e-GEO) da Universidade NOVA de Lisboa e do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Universidade de Lisboa, está a estudar o potencial fotovoltaico da cobertura dos edifícios.
O objectivo é estimar a rentabilidade da instalação de sistemas fotovoltaicos em áreas urbanas, através de uma solução que a equipa desenvolveu que cruza elementos como a área de telhado disponível, o rendimento alcançado por cada painel solar e custo da instalação.
Segundo explicou a engenheira florestal do e-GEO, Teresa Santos Silva, ao Ciência Hoje, o projecto “permite que as pessoas saibam quanto é que têm de investir e quanto tempo demora a retornar esse investimento na conta da electricidade”.
Para isso, basta aceder ao site e “facilmente se consegue obter o potencial energético do edifício”, desde que se localize na freguesia de Alvalade, em Lisboa, e numa parte da freguesia de Carnaxide, em Oeiras, onde por enquanto está disponível o serviço.
Para extrair informação relevante ao estudo, o grupo de investigadores utilizou a detecção remota/imagens aéreas. De entre os diferentes dados recolhidos por este meio, a equipa destaca os obtidos por varrimento laser (LiDAR – Light Detection And Ranging), que “têm mostrado ser uma fonte de informação útil sobre edifícios em meio urbano”.
Portugal tem poucos recursos em energias fósseis e enorme dependência energética do exterior, ainda que seja um país com índices de irradiação solar elevado: 1,74 MWh/m2/ano, bastante superior à média europeia (1,16 MWh/m2/ano). “Estes valores justificam, só por si, o crescente interesse em soluções energéticas mais amigas do ambiente”, sublinha Teresa Santos Silva.
Actualmente “em negociações para saber se o projecto segue em frente”, os próximos passos no estudo incluem a avaliação do potencial solar térmico e da possibilidade de reconversão de topos de edifícios em ‘coberturas verdes’.
Estas ‘coberturas verdes’ são jardins com certas características em cima de telhados que permitem, entre outras coisas, “uma grande eficiência térmica dos edifícios”, exemplifica a investigadora.
Sem comentários:
Enviar um comentário